O Laço Branco é mais do que um jogo de sugestões perigosas. É um exercício maniqueísta que sugere a dualidade do bem e do mal, a coexistência de luz e sombra, pecado e redenção (+) Shutter Island leva-nos a recordar a letra do tema celebrizado por Paul Simon: 'i am a rock, i am an island, and a rock feels no pain, and a island never cries…(+) Não há liberdade ou salvação pela morte. Malik, o novo “Profeta”, opta pela sobrevivência em detrimento de uma falsa liberdade que tantas vezes implica a renúncia à vida. (+) Aplaudi Pessoa que canta a morte do Rei na pauta de um compositor vivo. Aplaudi Pessoa, na sala magna que se ergue em Belém, e voltarei sempre a aplaudi-lo na Rua dos Douradores onde posso ir ainda esta tarde, se para lá se encaminharem os meus desassossego (+) saudades do José o Homem, com todo o seu amor pelas coisas tardias e tristeza pelas sombras de um mundo louco. Homem com noção da finitude do tempo, para quem o espaço e a eternidade têm nome de mulher. Gostaria de lhe ter dito obrigada: “obrigada José”, mas o silêncio imperou. Ele partiu cansado porque deixou obra feita, e nós cá ficamos, cansados da falta de coragem para lançar as mãos à obra. (+) SA |
2010 não foi um dos anos mais felizes na sala escura. O destaque vai para as excelentes iniciativas do Indie Lisboa, do Festival de Cinema Francês mas acima de tudo, a magnifica edição do Doc. Lisboa. Foi sem dúvida no circuito destes três eventos e nas sempre louváveis sessões da Cinemateca Portuguesa, que passei os melhores momentos em cinema. Palmas a M. Haneke que merece o lugar de destaque tal como já tinha sido relatado aqui.
1- O Laço Branco, Michael Haneke
2- Shutter Island, Martin Scorsese
3- Um Profeta, Jacques Audiard
4- O Refúgio, François Ozon
5- O Escritor Fantasma, Roman Polanski
6- Filme do Desassossego, João Botelho
7- Um Homem Singular, Tom Ford
8- José e Pilar, Miguel Gonçalves Mendes
9- Alice no País das Maravilhas, Tim Burton
10- O Último Verão da Boyita, Julia Solomonoff