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25/07/11

Animal Collective em Lisboa.

Ainda a poucas horas de chegar à Portela, sob o efeito indescritível e delirante de I'll Be Your Mirror London curated by Portishead & ATP (em breve: notas e imagens deste evento de luxo), é tempo de mudar de cidade continuando com as expectativas em alta.
Hoje ninguém quer estar em Londres!

31/05/11

Lugar Comum

Fim de tarde do Chiado. Trinta minutos depois das nove começava o “Crepúsculo” interpretado por um dos melhores agrupamentos vocais de Lisboa. Ricercare. Sim, um coro. Um dos lugares comuns é pensar-se que há tantas outras coisas bem mais interessantes do que sair de casa para ouvir um Coro.
Chamemos-lhe então «Ensemble». Juntemos ao «Ensemble» a palavra contemporâneo.
Ui, outra loiça! “Hoje vou ouvir um ensemble contemporâneo”.
Mudemos o cenário, nada de referir Igreja. Vamos esquecer que as igrejas foram construídas, arquitectadas até, para nelas se reunirem as melhores condições acústicas e fazer soar cada mínima nota, cada “tremble de um timbre”. E comecemos a juntar estrangeirismos à coisa. Música portuguesa de cor cromática, chromatic, made in made, out of the box, no payment requeired, é grátis pá, et voilá, musique modérne? Ahhhh!
Juntemos ao «Ensemble» o "repertoire": os melhores compositores contemporâneos portugueses e uns quantos nomes de outras constelações musicais. "Nico Muhly, ah cenas tipo Meredith Monk, Brian Eno?” pois é, o David Sylvian e o David Byrne e outros “davides” também já fizeram trabalhos vocais!"
Atenção, nada de cair em lugares comuns.
Oculte-se o facto de cantarmos numa igreja, diga-se antes que o concerto é na baixa lisboeta. Oculte-se também que é um concerto a capella (não se vá pensar em acólitos e hóstias.) Valia mais divulgar um concerto em modo Wasabi, porque sushi é in mesmo que seja feito com arroz Cigala e carradas de mayonese (ingredientes tipicamente nipónicos).
Podemos sempre dizer, que é "música para quem gosta de Dirty Projectors, Deradoorian, Efterklang, e dos novos trilhos vocais da Polly Jean, e cenas de Brooklyn!". E podemos também garantir que depois da «Performance» (já cá faltava esta!) há gente que reproduz vocalmente o som do vento! Uau com W.
Melhor que o hi pod, hi-pad, ai-pá!
Música em mode Fade out. Ora tretas. Fade You!
Em suma, é bom saber que há malta que se está nas tintas para elitismos ou preconceitos, pela nossa saúdinha! Ontem quem lá esteve saberá certamente o valor escrito e sonoro da palavra CORO.

E foi belo. Belíssimo!
A princípio o Loreto acolhia os primeiros curiosos enquanto se aqueciam vozes e retocavam entradas. Depois a colocação vocal, todos os pormenores da verticalidade, vozes cheias, entre gravatas que se apertavam, últimos retoques, o brilho dos lábios e aquele frenesim de quem sabe que vai fazer dançar as estelas.
"Fazer dançar estrelas?", " Foda-se, que cliché"!
Lugar comum, não é?
Pois sim, ontem dançaram estrelas no céu de Lisboa! Outras tantas comoveram-se com música vocal a capella feita em Portugal. Os cantores e maestro são portugueses, deram largo espaço a compositores nossos não descurando honrosos convites a outros nomes que pintam o "crepúsculo musical" em tons de anil, recordando sonhos de Leonardo da Vinci.
E depois silêncio!
O silêncio que impera antes do estrondo das palmas.
Fazer música assim, ver amigos sorrir na plateia e, depois de tudo isto, sair por Lisboa e continuar a olhar as estrelas na sua valsa desalinhada!
Chego à conclusão cada vez gosto mais de lugares comuns.
A música é o meu lugar comum.

26/05/11

The Lady is in Town

PJ Harvey, Aula Magna, 25 de Maio.
A senhora brindou-nos com um excelente alinhamento e uma voz mais poderosa que nunca!

11/04/11

AS/DS



Michael Gira veio a Lisboa com os Swans no seu melhor. Chamou Cristo, gritou-lhe e ordenou-lhe que viesse cá abaixo!

Já!

Ele veio, sentou-se na plateia e converteu-se!


Quem esteve na aula magna no passado dia 09/04/2011 testemunhou um dos melhores concertos de sempre e ad eternum... Inquestionável! Depois de sábado surgiu uma nova referência temporal: AS /DS (Antes de Swans/Depois de Swans).

01/04/11

Mark Steiner & His Problems em Coimbra

Sábado na Bica. Duas mensagens e já está: eis o Mark Steiner a subir a rua a passo largo, sorriso igualmente abundante, amigos portugueses a tiracolo, casaco e calças pretas, cabelo desalinhado com as cores de terras frias. Um Viking com sotaque nova iorquino numa das ruas mais empinadas de Lisboa? Naaaa not a viking or another PopStar, mas um amigo em (de) Portugal. Já dizia o outro, Vinni Reilly (Durutti Column, Friends in Portugal), que Portugal era sítio bom para fazer amigos.

Mark Steiner uma das figuras mais bem conhecidas no meio musical underground da capital Norueguesa, chegou uma semana antes do concerto agendado para o Bad Trip Fest de Coimbra. Nascido na terra do tio Sam, acolheu a capital norueguesa como sua casa, de tal forma que é difícil não o confundir com a mítica imagem de um Senhor dos Fiordes. Um verdadeiro norueguês. Mas não é. Mark é um nova iorquino a vaguear pelas cidades da Europa. É um rocker que faz amigos pelo mundo, deambulando pelos cantos sombrios de pubs à hora de fecho, seja em Nova York, Paris, Berlim, Melbourne ou Oslo.

No passado fim-de-semana Mark foi de Lisboa. E por cá, fez mais amigos.

Lisboa acolheu Mark Steiner sem lhe dar espaço para um merecido concerto. É este o fado dos poetas malditos na cidade de Pessoa. A Lisboa "moderna", que se deixa encantar pela rapaziada dos loups e outros gangs igualmente minimais de interesse esquece, por vezes, a música das ruelas, a que que tem calor, vida e letra dentro.

As cidades nuas não se podem dar ao luxo de não fazer soar música arrancada às cordas da guitarra, escondida numa voz encorpada, vinda das veias do rock. Lisboa nunca poderá ser uma cidade de música enlatada! Aqui a poesia e o rock bebem-se engarrafados e a rolha não é descartável.

Seguiu-se um domingo vagabundo, uma tarde de gargalhadas coroada por um jantar de amigos, o sacrifício do bacalhau, o ritual do vinho tinto, concertos de sofá e janela aberta. Por lá passaram outros amigos comuns - de Bowie a Petra a Magoni - coroando com devida vénia, a música de Paredes e todos os outros que emprestaram a voz ou empenharam a vida a cantar desassossegos.

Mark está por terras do Mondego. Amanhã mostrará o projecto com o qual se tem apresentado ao vivo por toda a Europa, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia: Mark Steiner & His Problems.

Pena que Lisboa ainda não tenha tido a ousadia de se apresentar aos problemas de Mark Steiner. Mas não tardará pois quando a cidade respira, a poesia acontece e o rock põe-se a jeito para sair à rua. Ficamos então à espera que uma das "cidades" transformadas em Bar no Cais de Sodré se convide.

E enquanto Lisboa adormece Coimbra...

Oslo-Coimbra Fest

Tudo a Coimbra! Já!
A cidade dos estudantes vai receber este fim-de-semana o Bad Trip Fest OSLO Coimbra: Rock'n'Roll Weekender. O festival integra um total de 6 bandas vindas de Oslo, entre outros The Goo Men, The Launderettes, Mark Steiner & His Problems, e 2 bandas de Coimbra. Trata-se da primeira edição de um evento que une Oslo à Coimbra do Mondego e acontece entre os dias 31 de Março e 3 de Abril. Espera-se um encontro de amigos, entusiásticos apertos de mãos (neste caso, a "troca de bacalhaus") num fim-de-semana imperdivel quiçá imprevisível, gerador, de riffs, gigs, jolas, finos, muito rock e gente boa, disposta ao luxo de subir ao Mondego à procura de emoções fortes. O Festival arrancou já na passada quinta-feira, 31 de Março, no Shmoo Café com dj's oficiais do Bad Trip Fest. Não é mentira nem boato hoje, dia 1 de Abril, anunciam-se os nomes mais fortes do cartaz com vários concertos no States Club. Amanhã vamos lá estar sobretudo para aplaudir Mark Steiner e os seus problemas. Uma carga de trabalhos, portanto! Preços, não sei. O cartaz pode ser consultado aqui.

O caminho?

Ó gente boa é para Norte ... sempre para Norte!

25/02/11

Fleet Foxes em Portugal

Pedimos Sawns e surgiu o 9 de Abril.
Pedimos Grinderman e zás: Julho.
Pedimos PJ Harvey, Lisboa vai tremer em Maio.
E agora Fleet Foxes a 8 de Julho!
E ainda temos coisas boas no Meco. Já vou mordendo os dedos das mãos para começar a conhecer o cartaz do FMM Sines.
Julho vai ser "o" mês quente.
E pedir a visita dos "curadores" e amigos de todos os All Tomorrows Parties, hein?

Gosto de viver em Lisboa!

22/01/11

Convite

Apareçam!
Coro Ricercare «Crepúsculo»
Um concerto onde o imaginário humano perante o cair da
noite, se cruza com canções de embalo tradicionais portuguesas
e com Leonardo da Vinci...

23 de Janeiro
CCB, Auditório João de Freitas Branco
Direcção Pedro Teixeira
Conv. Remédios (Évora) 30 Jan 18h00
obras de
Gabriel Jackson E. Carrapatoso F. Lopes-Graça
Paweł Łukaszewski John Tavener Eric Whitacre
Programa
Gabriel Jackson (1962) To morning
Josef Rheinberger (1839-1901) Abendlied
Fernando Lopes-Graça (1906-1994) Anda duermete niño (Trás-os-Montes)
Fernando Lopes-Graça Dormi menino, dormi (ilha de São Jorge – Açores)
Fernando Lobo (1974) Ó, ó, menino, ó (Nozedo de Cima–Trás-os-Montes)
Eurico Carrapatoso (1962) Ó meu menino (Pias – Alentejo)
Eurico Carrapatoso Vem ó morte, doce irmã do sono
Paweł Łukaszewski (1968) Nunc dimittis
John Tavener (1944) As one who has slept
Eric Whitacre (1970) Sleep
Eric Whitacre Leonardo dreams of his flying machine

05/01/11

Good Fortune

Para começar bem 2011:

Da Casa dos Mortos de Leos Janácek *
7 Jan 2011, 21h00
Grande Auditório FCG

Nurse With Wound & Blind Cave Salamander **
8 de Janeiro 22h00
Teatro Maria Matos

YASMIN LEVY *
29 Jan 2011, 21h00
Grande Auditório FCG

AL-KINDI ENSEMBLE; JULIEN JÂLAL EDDINE WEISS *
Stabat Mater Dolorosa
29 Jan 2011, 21h00
Grande Auditório FCG

Japanther - Shellshag
20 de Janeiro, 22h
ZDB

CORO RICERCARE- Crepúsculo
23 de Janeiro -CCB
PEDRO TEIXEIRA direcção

OM - Gabriel Ferrandini
30 de Janeiro às 22h
ZDB

Swans
6 Abril
Aula Magna

PJ Harvey
25 de Maio
Aula Magna

*Obrigada aos amigos do CG pelas borlas.
** Obrigada ao RPP pela gentileza (vulgo borlas) nos espectáculos do TMM que aliás conta com uma programação de luxo para 2011.

13/12/10

O Mundo na Fundação

Depois do Anouar Brahem Quartet e de Jordi Savall a Fundação Calouste Gulbenkian avança com execelentes propostas para 2011, ainda no âmbito do programa "Músicas do Mundo". O Programa estende-se até Abril de 2011 e conta com os seguintes (imperdíveis) concertos:

Sábado 29 Jan 2011, 21:00 - Grande Auditório
Yasmin Levy (voz)/ Israel
Yasmin Levy que já nos visitou este ano no Festival Músicas do Mundo em Sines, regressa a Portugal para recupera antigas tradições da Península Ibérica. Canta em ladino, a língua dos judeus sefarditas. Com a sua voz profunda e espiritual, Yasmin Levy entrelaça as melodias tradicionais, a paixão pelo flamenco e as influências do Oriente e dos Balcãs.

Segunda, 31 Jan 2011, 21:00 - Grande Auditório
Al-Kindi Ensemble, Julien Jâlal Eddine Weiss (kanun, direcção)/ Síria
Al-Kindi explora as tradições musicais eruditas do Próximo e do Médio Oriente. O núcleo instrumental do ensemble é constituído por cinco elementos aos quais se juntam outros músicos para os diferentes projectos. O presente programa é o mais ambicioso até à data, reunindo cerca de vinte figuras, incluindo um coro bizantino, derviches sírios e o cantor soufi Sheikh Habboush, em torno da adoração da Virgem Maria por muçulmanos e cristãos.

Domingo, 13 Mar 2011, 19:00 - Grande Auditório
Melingo (voz)/ Argentina
Melingo é a personificação do tango. Não o tango sedoso das salas de dança, mas o tango das ruas sujas de Buenos Aires. O drama, a paixão, o ritmo, a loucura. Tom Waits do tango, a actuação teatral de Melingo arrebata a audiência não só através do virtuosismo e da musicalidade, mas também em função do riso, das lágrimas e da alegria. «Melingo mistura a tradição de Gardel com a fúria do underground.» (Telerama)
Segunda, 28 de Março de 2011
Souad Massi (voz e guitarra) Jean-François Kellner (guitarras), David Fall (tambores), Rabah Khalfa (derbuka e outras percussões), Stéphane Castry (baixo)
Argélia

Domingo, 10 Abr 2011, 19:00 - Grande Auditório
Ballaké Sissoko & Vincent Segal: Ballaké Sissoko (corá), Vincent Segal (violoncelo)
Músicas do Mundo: Mali / França
O mestre da corá do Mali toca com o violoncelista francês Vincent Ségal, conhecido pelo seu trabalho com o grupo Bumcello. Chamber Music é um projecto em torno da arte da conversação. Sissoko descreve a integração de duas culturas musicais: «Construímos a nossa cumplicidade passo a passo. Hoje, quando tocamos, compreendemo-nos sem dizer uma só palavra: um olhar é suficiente. Os nossos corações estão unidos.»

05/12/10

Lower Dens

Lower Dens é um nome para reter, um projecto que certamente integrará as nossas listas de notáveis de 2010. Chegam de Baltimore para apresentar o seu trabalho de estreia, Twin-Hand Movement, um trabalho sério e altamente viciante, pejado de sonoridades rock-indie carregadas de boas referências musicais, hipnóticas, doces e melancólicas. A Voz de Jana Hunter cai que nem uma luva nesta trama sonora. Um projecto que promete, um disco que tem rodado milhões cá por estes lados e um concerto hoje na ZDB às 22h.
Eis uma amostra do que pode acontecer logo à noite na Rua da Barroca:
Setlist:
"Two Cocks Waving Wildly At Each Other Across A Vast Open Space, A Dark Icy Tundra"
"I Get Nervous"
"Rosie"
"What Isn't Nature"

Até logo!

02/12/10

Swans no Gelo

Os Swans não estão mortos nem velhos, estão de volta! No passado domingo visitaram a cidade de Baudelaire -o maldito- para quebrar o gelo da longa ausência. Os inrockuptibles Swans foram recebidos num cenário burlesco. Paris congelou por estes dias. Um frio de rachar gauleses e neve, muita neve a contrastar com as sombras da cidade. Tal como aqui citado Julien Green refere que a cidade tem outra alma quando os vagabundos saem à rua para povoar bairros que vão para além do mítico Spleen. Paris é vagabunda e silenciosa, boémia e vadia. É sedutora e inebriante. Há cidades assim, perigosas! Paris tem a flânerie e o encanto que faz recordar a outra Lisboa, a outra Praga, a outra Istambul. As cidades e os seus rios... propensas aos (en)cantos de Lautreámont: desconfia delas se te parecerem demasiado belas!
Ao fim da tarde de um Domingo branco, a multidão aglomerava-se à porta do 60éme Rue de La Bellefuille. Saltitante, batendo as luvas em ritmos sincopados para enganar o frio, a fauna era uma estranha mistura de gente, maioritariamente gente que já tem uns anos disto. O rapaz da t-shirt preta, o trintão com óculos de massa tamanho XL, punks e góticos (ainda), gajos barbudos versão farmville, fãs de cabelo escuro, petites filles do irritante look teen dream importado de Brooklyn, casacos de cabedal e bicicletas do outro lado da estrada. Pela fauna podia-se concluir que havia ali muito boa gente que sabia ao que ia, outros tantos nem faziam ideia do que os esperava do outro lado da barricada.
Os Swans entraram a matar, com o estrondo sonoro de "No Words/No Thoughs” sem dó ou piedade. Chegaram, partiram a loiça e nem deram tempo para as típicas exclamações lá do burgo: “ahué, arhrrhrhr... sont les Swans!" Ainda na primeira meia hora, já com os sentidos em desconstrução, sentimo-nos esmagados pelas guitarras, baixo e bateria. Bem perto do Bois de Boulogne os cisnes transformaram-se em patos bravos, aos primeiros acordes já tínhamos perdido o norte. Um concerto que poderia ter sido inventado na alvorada da revolução francesa entre sangue e suor, triunfo e guilhotina. O primeiro tema acabou com uma distorção avassaladora e quem lá ficou já adivinhava o que se seguia: um tareão em modo colosso sonoro.
É incrível a postura de Michael Gira em concerto. Ergue-se no palco como um pregador de massas mas o curioso é que este missionário não usa a palavra. É líder, incapaz de gerar empatia, mas profícuo na devoção cega que naturalmente cria no público. Raios partam a voz do anjo negro! Gira alinhava-se em frente ao palco como sacerdote possuído pelo demo, o ar taciturno de sempre, um suor vibrante, como se quisesse resgatar a Bastilha e arrancar os olhos ao Sarkosy. De costas voltadas para o público incentivava o resto dos mosqueteiros a lançarem a corda e foi em Eden Prison que fomos guiados a toque das cordas e suas reverberações. Liberdade, igualdade e fraternidade o tanas, os Swans dão-nos a música que querem e quem não está preparado para esta frente sonora, mais vale abandonar a sala, emigrar para a Sibéria ou então acaba decapitado. Contas feitas, valeu cada pena do cisne! Contudo a actuação ficou aquém das expectativas. Atendendo ao vasto repertório e ao tempo de ausência da banda, a duração do concerto foi um insulto! Faltou muito mais num concerto que não foi além do último trabalho e de dois temas de Children of God. Espero que o alinhamento e a duração do concerto na Aula Magna seja mais alargado, senão e como bons tugas só nos resta fazer um escândalo. O Gira que se cuide que a malta por cá tem um assobio bem mais acutilante!

19/11/10

Efter and After the Klang

Efterklang vêm da Dinamarca directamente para o Cais do Sodré. Pop simpática, orquestrada, com pitadas de Owen Pallett, Balmorhea, Le Loup e outras tantas sonoridades do "clean pop". "Magic Chairs" (2010), trabalho que serviu de mote para uma colaboração com o realizador francês Vincent Moon ("La Blogotheque"), vai ser apresentado hoje no MusicBox.
Mais um...

18/11/10

Lixados (trad. não literal)

Depois de terem sido "expulsos" do Atlântico pela malta do Pacto, esta rapaziada decidiu insistir e permanecer na zona euro. Vêm hoje à ZDB. Haveria melhor título e banda para os tempos que correm?
Às 22h no "aquário" da Rua da Barroca. Sem corantes, conservantes, mutantes ou diletantes, é rock puro com nome de gente descontente mas que sabe o que quer e do que gosta! Diz que a malta de Schengen anda mortinha para os ver ao vivo.

11/11/10

Ensaio Geral

O filme chama-se Prova d'Orchestra, o realizador, Frederico Fellini.
Ontem, no intervalo do ensaio, invadimos o palco do CCB pela “entrada dos artistas” como se o fossemos...
O palco é enorme mas estava moribundo. Sentada no chão, vi poeira e nada. Espaço oco, casa de ninguém. Os palcos morrem sem orquestras, ficam doentes na ausência das luzes, vão expirando à medida que a plateia se evade. Os relógios param. Um eco, uma epifania, um reencontro, uma coreografia, uma chuva de aplausos, tudo isso ou mera ilusão? O palco está morto! Voltemos para a sala de ensaios!
A sala é ampla e branca, está cheia do brilho dos metais, da ressonância das cordas e dos murmúrios dos cantantes. O maestro pede silêncio, acena e começa a esbracejar pedindo silêncio pela segunda vez. Grita, desunha-se, salta e vê-se grego para controlar tanto troiano em cima de cavalos no gelo. Os instrumentos ganham vida e voz. Como uma chuva de meteoritos sonoros, entre cordas e sopros, o caos instalou-se até à terceira súplica de silêncio. Agora o silêncio grita-se rouco. Há livros, bolsas, gravações piratas e partituras espalhadas pelo chão, caixotes de madeira, cadeiras empilhadas e um espelho imenso que reflecte o cansaço e a meia-noite invertida. Anotamos a partitura com um lápis tosco emprestado da orelha do lado. Há caixas de violinos forradas a veludo azul com fotografias do filho que ficou em casa, há saliva fresca dos tipos das trompas que não param de enojar a fila da frente - os metais sempre irritaram as sopranos! O compositor está sentado ao lado da violinista loira, de borboleta na lapela e sorriso de todas as melodias do mundo. Ao longo do ensaio vão chegando amigos de mãos nos bolsos e afectos carregados de anos. Vamos lá ter atenção à afinação! Um diapasão cai ao chão soltando sons bastardos que irritam o chefe de orquestra. Tramada nota aquela do quarto andamento que trai as cordas do primeiro violino. O solista solta uma gargalhada em tom maior. Ele, que também é professor da menina soprano, vai acenando afirmativamente sempre que a vê colocar o tom na nota certa. Há um silêncio imenso depois do gesto final do maestro. E apesar de ser mais tarde do que o que era tarde no ensaio de ontem, há vontade de repetir tudo de novo.
Há momentos assim, em que se sente o frenesim da criação, o friozinho no estômago que antecede a apresentação em concerto.
Depois acontece o concerto e percebe-se que o palco vai voltar a ficar vazio. Um concerto é um prelúdio de uma nostalgia esperada que se instala quando o espectáculo termina. O palco nada é sem o frenesim que ninguém lhe conhece. O momento alto de qualquer concerto acontece quando a orquestra começa a afinar e o público, aos poucos, vai enchendo a alma.
Felizmente os concertos são antecedidos de muitos ensaios! Que analogia… a vida pode ser tramada num palco, mas na verdade, tudo não passa de um ensaio de orquestra.
Apareçam para encher o nosso palco, logo à noite às 21h30m.

Via con me

Paolo Conte e o "Nelson" estarão em Lisboa a 5 de Maio de 2011. O concerto será no CCB.

08/11/10

Convite

Para além dos 1001 concertos que esta semana visitam a cidade de Lisboa, eis mais um desafio com uma particularidade, a entrada é gratuita e definitivamente a qualidade e a mestria dos músicos é inquestionável.

Convite
Concerto: Coro Ricercare | Orquestra Sinfonietta de Lisboa

Quinta-Feira, 11 de Novembro de 2010 | 21h30
Igreja do Loreto, Chiado

Sexta-Feira, 12 de Novembro de 2010 | 21h30
Igreja de São Francisco, Évora

Sábado, 13 de Novembro de 2010 | 17h00
Igreja dos Pastorinhos, Alverca

Programa:
Requiem por mim | João Nascimento (n. 1957)
Requiem à memória de Passos Manuel | Eurico Carrapatoso (n. 1962)
1. Introitus2. Offertorium
3. Sanctus /Pie Jesu / Sanctus
4. Lux Aeterna / Tropo
5. Agnus Dei / Communio
6. In Paradisum / Regiões Ideais

Coro Ricercare
Direcção Coro | Pedro Teixeira
Sinfonietta de Lisboa
Barítono | Armando Possante
Direcção | Vasco Pearce de Azevedo

Entrada livre.

31/10/10

Swans em Lisboa, é do Além!


Duas notícias do além: Já tenho bilhete para o concerto dos Swans em Paris (28 de Novembro), pas mal.
Ontem, no mesmo dia da reserva das passagens e do Hotel, descubro que a banda de Michael Gira vem a Portugal em Abril de 2011. " My Father Wiil Guide Up a Rope to the Sky", o trabalho que assinala o regresso dos Swans (vénia), será apresentado dia 9 de Abril na Aula Magna e no dia seguinte na Casa da Música.
Hum... e que tal se começar a reservar bilhetes para acompanhar a tour dos Grinderman, e saber no mesmo dia que a rapaziada virá a Lisboa vá ... lá para Maio de 2011.
Parece Bruxedo? Se assim for, adoro bruxas!
Com tecnologia do Blogger.




 
Persona: Um blogue, ou coisa que o valha, assinado por SA que um dia se chateou com o anonimato e decidiu testar o poder das siglas.
Um espaço ainda sem o nome da autora mas com registo de autor (a malta aqui não coloca palavras no prego).
Uma parceria sonora e gráfica com o Bitsounds.
Vendemos para fora e fazemos entregas ao domicílio.
Não vamos aderir ao acordo ortográfico.
Blogue não testado em animais!