25/05/10

SHELLAC


[Prelúdiozinho: I won't take shit from you or anyone else, so fuck it! A noite de ontem começou com este grito dos Mission of Burma para acabar com o Apocalipse dos Shellac. Toda a noite foi um grito de absoluta libertação. Rock Puro! Nada melhor quando gritam por nós, verbalizando o que sentimos. Em jeito de agradecimento a única coisa que nos resta é anuir, esquecer o corpo e deixar que a música se afirme soberana.
Entre os estrondos musicais dos Shellac, nas pausas para "silly questions", enquanto Albini limpava o suor dos óculos, alguem perguntou: " Hey Steve, is music a problem?" A resposta só podia ser uma: “Yes, music is a problem!”
Quando uma matéria viscosa, explosiva, abrasiva, se crava ao corpo, alienando-nos os sentidos, tornando-se absoluta, sim, sem dúvida, temos um problema.
Sim, a música é um problema! A música torna-se vício, mania, uma espécie de droga, fonte de seretonina, endorfinas, bom gosto, prazer, privilégio, é o Absoluto e a partir de certo momento, não é qualquer merdinha que se consegue ouvir.
Ontem criou-se um problema sério! Esta semana anunciam-se vários concertos porém depois de Shellac, tenho um problema: a ausência de música em formato absoluto. Perante isto muita coisa não chegará a ser música em absoluto, apenas tentativas erro! Confesso arrepia-me neste momento, formatos ready made e, se pudesse, trocava os bilhetes da semana para uma subida à invicta ainda hoje! Repetia Shellac, sem dúvida! Porque qualquer problema tem um dilema associado. É assim a música de Albini, facilmente passa de problema a dilema, de emoção a tentação. Hoje estou sob a tentação de Serralves! ]
Fim do prelúdiozinho.
No princípio foi a Bruma...
Mission of Burma anunciaram a primeira cavalgada sonora da noite, provando que ainda têm lugar nos palcos nem que seja por detrás do Poliban suado. E assim se recordou o ruído ainda que pautado por saudosismos pop.
Apesar de tudo não lhes chamaria apocalípticos e até porque os dedos me fervem para escrever SHELLAC. Já está!
E caramba, o que aconteceu ontem na ZDB foi pura detonação musical e criativa!

… depois a explosão sonora!

Pós-punk norte-americano? Não me lixem! Não há tipologia para caracterizar a fórmula química, nuclear, abrasiva que explodiu no laboratório do n.º 59 da rua da Barroca! Eu estive lá, dentro do tubo de ensaio, todas as minhas células, moléculas e átomos estão ainda em metamorfose. Este zumbido nos ouvidos é prova que ontem se reinventou o Big Bang!
Antes do caos houve Big Black e Rapeman, mas ao sétimo dia Albini formou os Shellac e "viu que isso era bom". Und Gott sprach: Es werde Licht!. E em resposta fez-se um clarão sonoro, Deus gostou e Albini gritou: Fucking Kill Him! E... Deus gostou apesar de já estar morto!
Steady As She Goes foi o detonador, Prayer To God o ritual e The End Of Radio fez-me lembrar o fim do documentário All Tomorrows Parties com Patty Smith a profetizar poesia e música.
Em suma, ontem foi um estrondo!
Shellac dão 1000 volts, editaram 1000 Hurts, e deviam voltar 1000 times!
Com tecnologia do Blogger.




 
Persona: Um blogue, ou coisa que o valha, assinado por SA que um dia se chateou com o anonimato e decidiu testar o poder das siglas.
Um espaço ainda sem o nome da autora mas com registo de autor (a malta aqui não coloca palavras no prego).
Uma parceria sonora e gráfica com o Bitsounds.
Vendemos para fora e fazemos entregas ao domicílio.
Não vamos aderir ao acordo ortográfico.
Blogue não testado em animais!