O que ali está sobre o livro, é a forma musical da poesia. Talvez seja por isso que dizem dos anjos adjectivos atonais. Os anjos não são terríveis. Todos os anjos dançam! Quando a poesia abate os olhos sobre as páginas de um livro e se resguarda pendida no círculo das palavras, mais não faz do que dançar os poetas que a cantam. Eis a ilusão: com a poesia, as imagens imobilizam-se no momento da captura. A poesia é uma aparência de não movimento. Por instantes ninguém a vê quando afinal, deitada nos olhos do livro que a escreve, ela dança. E a única coisa que há de terrífico nisto é a certeza de que nesse momento, as palavras também nos são invisíveis. |
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00:00 Marianne Faithfull - Annabel Lee (Edgar Allen Poe)
02:30 Van Morrison - Before The World Was Made (W.B. Yeats)
06:40 Jeff Buckley - Ulalume (Edgar Allen Poe)
12:45 Sonic Youth - Hits of Sunshine (For Allen Ginsberg)
15:10 (Les Reparties de Nina, Arthur Rimbaud)
23:40 Feist - Brandy Alexander (Chuck Palahniuk)
27:05 CocoRosie - Terrible Angels ( Rilke)
31:04 Loreena McKennitt - Lullaby (William Blake)
31:45 (Clair de lune - Paul Verlaine)
36:45 Natalie Merchant - Spring And Fall: To A Young Child (Gerard Manley Hopkins)
39:50 PJ Harvey - The River (Flannery O'Connor)
44:30 (Ophelie V2, Arthur Rimbaud)