23/04/10

Confusion: when next?

Em 1993 assisti ao meu primeiro concerto de Sonic Youth. Foi no Campo Pequeno e, se não me engano, os Lulu Blind encarregaram-se de abril as hostilidades. Seguiram-se anos de jejum sónico, refreados por edições pontuadas, mas sempre bem-vindas, da rapaziada de Nova Iorque. Em 2007 regressaram a Portugal para um concerto estrondoso em Paredes de Coura. Sob a égide de Rather Ripped, o concerto minhoto dos Sonic Youth reacendeu a chama de Daydream Nation e... a cera ardeu até ao fim. No fim ficou o pavio queimado e dores na ponta dos dedos dos pés (no solo empinado de Coura, nem o All Star te safa).
Depois de Paredes de Coura assumi que os iria voltar a ver em concerto, de preferência a jogar em casa. A ideia era ir a NY, ao concerto no Brooklyn Academy of Music, mas a promessa da Primavera Catalã adiou os planos, que acabaram por ser novamente cancelados para desgraça dos meus órgãos internos. Entretanto instalava-se internamente uma espécie de erupção sónica, empenharam-se rins e outras vísceras (brincadeira de Facebook) e toda esta parafernália aumentou depois do lançamento de The Eternal.
Finalmente anunciou-se o regresso dos Sonic Youth a Lisboa e o bilhete para o Coliseu foi adquirido com pompa, circunstância e a certeza que não voltrei a deixá-los fugir em concertos por terras da meseta lusitana.
E, meus senhores, um concerto no "downtown" lisboeta é outra fruta! Comentava-se que Paredes de Coura tinha sido mais intenso e, de certa maneira, foi! Foi um concerto mais vivo, sónico e agreste, e menos que isto teria sido nada. Mas ontem os Sonic Youth trocaram-me as voltas. Estava à espera de um formato idêntico ao alinhamento de Coura mas saí de lá desalinhada! Não porque optei por ocupar a linha da frente e isso é um luxo que faço questão de assumir, mas porque fui invadida pela febre sónica e senti a plenitude imensa de quem viu Sonic Youth pela primeira vez em 1993. Mesmo com uma série de temas novos, ainda estranhos à maioria dos presentes, a euforia foi generalizada. O Coliseu estava cheio de gente que gosta da banda e isso sentiu-se, respirou-se e transpirou-se. Os Sonic Youth souberam dar-nos música porque conhecem os seus seguidores, e deram-nos também a recompensa da fidelidade ora vejam o alinhamento:

1. No Way (The Eternal, 2009)
2. Sacred Trickster (The Eternal, 2009)
3. Calming The Snake (The Eternal, 2009)
4. Anti-Orgasm (The Eternal, 2009)
5. Stereo Santity (Sister, 1985)
6. Malibou Gas Station (The Eternal, 2009)
7. Walkin Blue (The Eternal, 2009)
8. Poison Arrow (The Eternal, 2009)
9. Schizophrenia (Sister, 1985)
10. Antenna (The Eternal, 2009)
11. Leaky Lifeboat (for Gregory Corso) (The Eternal, 2009)
12. What We Know (The Eternal, 2009)
13. Massage The History (The Eternal, 2009)
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14. The Sprawl (Daydream Nation, 1988)
15. Cross The Breeze (Daydream Nation, 1988)
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16. Shadow of a Doubt (Evol, 1986)
17. Death Valley '69 (Bad Moon Rising, 1985)

... tudo explodiu, caíram cinzas e aprendi a soletrar o nome do vulcão.



Eyjafjallajökull


Sonic Youth
Com tecnologia do Blogger.




 
Persona: Um blogue, ou coisa que o valha, assinado por SA que um dia se chateou com o anonimato e decidiu testar o poder das siglas.
Um espaço ainda sem o nome da autora mas com registo de autor (a malta aqui não coloca palavras no prego).
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