Seguem-se dois breves apontamentos acerca do concerto de Yo La Tengo na Aula Magna no passado dia 14 de Março de 2010.
1-“They are an American Band” ponto final.
O colectivo Ira Kaplan , Georgia Hubley e James McNew procurado como “an indie rock band which name means “I ’ve got it”, já conquistaram o estatuto de uma das maiores “bandas sonoras” da terra do Tio Sam. Com efeito já o têm, estatuto ninguém lhes tira: banda intemporal!
Sem repetir fórmulas ou cair nos irritantes clichés da cena “indie”, o trio norte americano consegue arrebatar multidões e envolvê-las na sua massa sonora. Em palco os YLT assaltam memórias sónicas adormecidas, destronando as expectativas de quem os julga ultrapassados. É curioso assistir à euforia generalizada com o regresso de Pavement, à espécie de peregrinação a Meca atrás Sonic Youth (viva Maomé), à febre primaveril que nos chega da Catalunha e concluir que os YLT já não são banda de cartaz!
Talvez o remédio passe por fim à coisa. Aí a Fénix renasce, volta a “dar cartaz” e o público presta atenção, muita atenção(!) aos concertos ao vivo destes senhores!
Talvez o remédio passe por fim à coisa. Aí a Fénix renasce, volta a “dar cartaz” e o público presta atenção, muita atenção(!) aos concertos ao vivo destes senhores!
2- Alguém pediu um delírio sónico?
Foi simples. Entraram discretos pela porta do lado direito da Magna Aula de Lisboa e começaram a dissertação resgatando a atenção dos discípulos, alguns deles já incrédulos. Na verdade existiram falhas técnicas, o som estava cacofónico nos primeiros minutos do concerto e o público reagia com alguma indolência. Mas o rock é por natureza o contorno da técnica, é defeito técnico.
Ira Kaplan- o animal em palco - topou a coisa e percebeu que tinha de ouvir a banda sentado na plateia (três lugares à minha frente). A partir daí, partiram a loiça toda!
Foram duas horas de concerto e foi difícil fazer parar a máquina sonora. Há bandas de ondas, empinadas na crista do hype e há outras responsáveis por ondas sonoras longas, densas, sólidas, são as bandas intemporais! Yo La Tengo enquadram-se nesta última categoria.
E que grande concerto! Antes dos dois encores finais estava tudo dito! Aqueles que se deram ao luxo de perder Yo La Tengo na Aula Magna supondo ser mais do mesmo, com o argumento do: “ai e tal já os vi”, ou decidiram poupar para outras primaveras, tramaram-se à grande.
Um dos concertos do ano? Ainda é cedo para avançar nesse sentido, mas se é verdade que uma andorinha não faz o verão, citando o título do magnifico filme de Christian Carion, não há dúvida que por cá, a primavera começou mais cedo!
Foram duas horas de concerto e foi difícil fazer parar a máquina sonora. Há bandas de ondas, empinadas na crista do hype e há outras responsáveis por ondas sonoras longas, densas, sólidas, são as bandas intemporais! Yo La Tengo enquadram-se nesta última categoria.
E que grande concerto! Antes dos dois encores finais estava tudo dito! Aqueles que se deram ao luxo de perder Yo La Tengo na Aula Magna supondo ser mais do mesmo, com o argumento do: “ai e tal já os vi”, ou decidiram poupar para outras primaveras, tramaram-se à grande.
Um dos concertos do ano? Ainda é cedo para avançar nesse sentido, mas se é verdade que uma andorinha não faz o verão, citando o título do magnifico filme de Christian Carion, não há dúvida que por cá, a primavera começou mais cedo!