Alguns fenómenos histéricos em torno da música e do cinema intrigam-me mais do que as formas estéticas que os enquadram.
Veja-se como exemplo um filme ainda em exibição nas salas portuguesas e um concerto recente. A escolha recai sobre Invictus de Clint Eastwood e o concerto de Panda Bear no Lux.
A título de parêntesis sublinha-se que este post não pretende criticar, comentar ou avaliar nem o filme nem o concerto… é um mero exercício escrito sobre um fenómeno que intriga e por vezes incomoda.
Não se pretende tecer paralelismos entre o mundo do cinema e da música (isso conduziria a outro tipo de considerações). Mas quando o cinema e a música se associam a argumentos, estéticas e episódios alusivos ao desporto parece interessante decifrar códigos de conduta de universos aparentemente tão opostos como a música e o futebol.
Tomando como exemplo os documentários de Leni Riefenstahl, recordando clássicos como a Fuga para a Vitória de Jonh Huston, e voltando ao tão aclamado Million Dollar Baby de Clint Eastwood, não há estranheza em afirmar-se que os Sports films já deram provas de constituírem momentos singulares na história do cinema.
Se Invictus de Clint Eastwood já soa a prenúncio do mundial de futebol de 2010, se o que se ouviu de Tomboy – o próximo registo a solo de Panda Bear, que tresanda a Animal Collective - é crónica de uma paixão anunciada, por que motivo se separam os ânimos da critica? Falo dos que fazem critica aos filmes e dos que fazem "filmes" antecipando e influênciando criticas.
Veja-se como exemplo um filme ainda em exibição nas salas portuguesas e um concerto recente. A escolha recai sobre Invictus de Clint Eastwood e o concerto de Panda Bear no Lux.
A título de parêntesis sublinha-se que este post não pretende criticar, comentar ou avaliar nem o filme nem o concerto… é um mero exercício escrito sobre um fenómeno que intriga e por vezes incomoda.
Não se pretende tecer paralelismos entre o mundo do cinema e da música (isso conduziria a outro tipo de considerações). Mas quando o cinema e a música se associam a argumentos, estéticas e episódios alusivos ao desporto parece interessante decifrar códigos de conduta de universos aparentemente tão opostos como a música e o futebol.
Tomando como exemplo os documentários de Leni Riefenstahl, recordando clássicos como a Fuga para a Vitória de Jonh Huston, e voltando ao tão aclamado Million Dollar Baby de Clint Eastwood, não há estranheza em afirmar-se que os Sports films já deram provas de constituírem momentos singulares na história do cinema.
Se Invictus de Clint Eastwood já soa a prenúncio do mundial de futebol de 2010, se o que se ouviu de Tomboy – o próximo registo a solo de Panda Bear, que tresanda a Animal Collective - é crónica de uma paixão anunciada, por que motivo se separam os ânimos da critica? Falo dos que fazem critica aos filmes e dos que fazem "filmes" antecipando e influênciando criticas.
Segundo alguns relatos publicados recentemente, os sons de Panda Bear são comparados a hinos de claques futebolísticas. Ora façam-me um favor! Independentemente da alegada simpatia por certo clube lisboeta, comparar Noah Lennox e Animal Collective a hinos futebolísticos é o mesmo que comparar Nosferatum de Murnau e Dracula de Copolla, às luas vermelhas da televisão portuguesa.
Nem tudo o que é vermelho é bom, nem todas as luas levam a uivos futebolísticos, nem todo o futebol é Benfica, nem toda a claque tem fair play, nem todos os momentos de Clint Eastwood são brilhantes.
Por tudo isto será impensado afirmar apenas com base em premonições histéricas que Invictus não é um bom filme. Pelos mesmos motivos é igualmente precipitado adiantar Tomboy como um dos discos do ano!
Prognósticos para 2010 só para depois do jogo. Ainda temos de aprender a olhar para o episódio África do Sul depois, antes e para além de Mandela. Importa olhar para África do Sul depois, antes e para além do Mundial de Futebol.
E que tal esperar para ver o que acontece e não lançar prognósticos para antes do jogo? E que tal esperar que o pouco que se ouviu no Lux na sexta-feira ganhe corpo e consiga ser um digno sucessor de Person Pitch.
Quem assistiu aos clássicos da ZDB e do B.Leza, quem se apaixonou por Person Pitch, jamais conseguirá passar horas a ouvir cânticos da segunda circular!
Li algures que Clint Eastwood não é o "último dos clássicos mas o "primeiro dos pós-clássicos”, não poderia estar mais de acordo.
A título comparativo e depois do concerto do passado dia 12 no Lux, diria que Tomboy está para Person Pitch como Invictus está para Grand Torino. Nem por isso Tomboy deixará de ser um bom álbum mas figurará sempre na cartilha dos pós-clássicos.
De uma vez por todas, se comparamos arte e desporto saibamos excluir deste concubinato rompantes histéricos à laia de certas claques e seus hinos pacóvios e desafinados.
Em suma, esperemos que triunfe a estética sobre a vontade e que os pós-clássicos também ganhem campeonatos.
Nem tudo o que é vermelho é bom, nem todas as luas levam a uivos futebolísticos, nem todo o futebol é Benfica, nem toda a claque tem fair play, nem todos os momentos de Clint Eastwood são brilhantes.
Por tudo isto será impensado afirmar apenas com base em premonições histéricas que Invictus não é um bom filme. Pelos mesmos motivos é igualmente precipitado adiantar Tomboy como um dos discos do ano!
Prognósticos para 2010 só para depois do jogo. Ainda temos de aprender a olhar para o episódio África do Sul depois, antes e para além de Mandela. Importa olhar para África do Sul depois, antes e para além do Mundial de Futebol.
E que tal esperar para ver o que acontece e não lançar prognósticos para antes do jogo? E que tal esperar que o pouco que se ouviu no Lux na sexta-feira ganhe corpo e consiga ser um digno sucessor de Person Pitch.
Quem assistiu aos clássicos da ZDB e do B.Leza, quem se apaixonou por Person Pitch, jamais conseguirá passar horas a ouvir cânticos da segunda circular!
Li algures que Clint Eastwood não é o "último dos clássicos mas o "primeiro dos pós-clássicos”, não poderia estar mais de acordo.
A título comparativo e depois do concerto do passado dia 12 no Lux, diria que Tomboy está para Person Pitch como Invictus está para Grand Torino. Nem por isso Tomboy deixará de ser um bom álbum mas figurará sempre na cartilha dos pós-clássicos.
De uma vez por todas, se comparamos arte e desporto saibamos excluir deste concubinato rompantes histéricos à laia de certas claques e seus hinos pacóvios e desafinados.
Em suma, esperemos que triunfe a estética sobre a vontade e que os pós-clássicos também ganhem campeonatos.